Conforme a professora Maria Elizabeth Biaconcini, em seu artigo “Tecnologias trazem o mundo para a escola”, o que denominamos de novas tecnologias refere-se a todas tecnologias, mídias, ou seja, todos dispositivos digitais. Estes dispositivos possibilitam uma comunicação onde estudantes e professores são co-autores no processo de produção do conhecimento. Este fato se dá pelo novo modelo de sociedade informatizada, que tem na escola um ambiente promissor para a utilização das novas TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) de modo orientado e adequado favorecendo o processo de aprendizagem, de autonomia da comunidade local. Porém, como afirma Juan Ignacio Pozo, em seu artigo “A sociedade da aprendizagem e o desafio de converter informação em conhecimento”, estamos presenciando um momento paradoxal no que se refere ao processo de aprendizagem. Isso pelo fato da sociedade, incluindo a escola, não estarem preparados para absorver todos os benefícios educacionais das novas TICs. É um universo inesgotável de informações, que predispõe os indivíduos a buscar informações, mas que não consegue produzir novos conhecimentos a partir das TICs. Tudo isso se deve ao que o Juan Ignacio caracteriza como uma “nova cultura de aprendizagem”. As TICs estão impondo uma nova forma social de distribuição do conhecimento na sociedade e para a escola. Por isso, é que conforme a professora Maria Elizabeth, o foco das TICs na escola são os alunos. Sendo assim, todos os projetos envolvendo as TICs devem consolidar a participação ativa dos alunos, como sujeito na busca de informações, desenvolvendo sua criatividade, co-autoria e senso crítico. Para Juan Ignacio Pozo, qualquer indivíduo pode se utilizar das novas TICs, porém são poucos que conseguem dialogar com essas tecnologias, já que as mesmas exigem uma série de elementos cognitivos para a sua compreensão. Neste sentido, a escola é a primeira fonte de acesso ao conhecimento. A mudança no concepção de aula, a partir das TICs, permitem ultrapassar os limites da sala de aula, da ideia de espaço e tempo. Como nos afirma Maria Elizabeth, “teremos a escola no mundo e o mundo na escola”. Significa que o conhecimento passa a ser produzido não somente no espaço “sala de aula”, mas ultrapassa o lugar. O equipamentos nos permitem a uma conectividade que nos acompanha por todos os lugares. Ou como afirma Juan Ignacio, a escola deve formar alunos que consigam dar sentido à informação e para democratizar a sociedade através das novas habilidades e competências de aprendizagem e de conversão em estratégias de utilização dessas novas TICs na formação da cidadania. Agora os professores tem uma série de instrumentos que propiciam a prática pedagógica: seja um blog, um site de pesquisa, softwares que simulam os fenômenos da natureza e do corpo humano. Ou seja, o currículo passa a ter nas novas TICs uma gama de possibilidades, mesmo que virtuais, de representação dos conteúdos propostos. Conforme os dados apresentados pela professora Maria Elizabeth, além do Brasil, outros países da América Latina, da África e da Europa tem disponibilizado programas para a formação de professores na utilização das TICs. Porém, se diferenciam em relação ao seu currículo, habilidades e competências. Os programas voltados para a TICs tem como preocupação principal a capacitação dos professores. Várias pesquisas tem sido desenvolvidas, tendo como destaque em todos os projetos a formação dos educadores, a prática de uso de tecnologias e a pesquisa científica. Contudo, é uma ação que se dá a longo prazo, já que trabalha com a mudança de mentalidade do profissional formado em uma época em que a tecnologia digital era algo muito distante da sociedade e dos cursos de formação dos nossos docentes. Afinal de contas, como afirmar Ignacio, os diferentes currículos devem possibilitar as competências: aquisição de informação, interpretação da informação, de análise da informação, de compreensão da informação e da comunicação da informação. É uma mudança radical no tradicional modo de ensinar dos professores, exigindo uma nova mentalidade por parte dos educadores.
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